Estamos a atravessar um período ímpar da história mundial que certamente deixará repercussões na economia e principalmente nas empresas. Viragens desta magnitude alteram a forma como interagimos socialmente. São comparáveis a momentos como o início da Ciência da Computação na década de 1940, que levou ao nascimento de empresas como a IBM, Apple ou a Microsoft ou ao lançamento do iPhone em 2007.
A pandemia que atravessamos é um facilitador de mudança, mas é importante se perceber que a transformação das interações humanas e do modus operandi das empresas já estava em curso. Esta transição remete para um contexto crescente de digitalização, que se pode traduzir em dados. Estatísticas do INE para 2019, referem que mais de metade das empresas em Portugal já têm presença na Internet. Reportam também que cerca de 80,9% das famílias têm acesso à rede global em suas casas. O presente ano trouxe-nos desafios que levaram a um acelerar do processo de digitalização, de uma forma disruptiva.
Estamos num momento decisivo. Quanto mais depressa assumirmos que a realidade em que vivíamos em 2019 dificilmente voltará, mais rapidamente nos concentraremos em soluções para o presente e futuro. As empresas devem refletir sobre os seus modelos de negócio de forma a otimizarem custos, criarem mais valor na sua oferta e melhor interagirem com o seu público final. Claramente só com uma aposta forte na transformação digital podem as empresas atingirem tais objetivos.
Em Portugal, temos empresas que são casos de sucesso e que conseguiram se reinventar, chegar a mercados diferentes e oferecer um produto ou serviço com mais qualidade. Há exemplos claros na área financeira, nomeadamente bancos com uma presença exclusivamente digital: a Moey! e o Activo Bank. A ação digital permite aos seus decisores conhecer a fundo o cliente. A obtenção de dados permite que se criem produtos à medida de cada pessoa ou mesmo antecipar as suas necessidades sem que esta tenha essa perceção.
Para que o processo de transformação digital nas empresas possa ser uma realidade, é imperativo que estas tenham parceiros tecnológicos que lhes possam mostrar todas as potencialidades da aplicação de tecnologia ao seu negócio. Nos seus 15 anos de história a agap2IT tem sido um parceiro das empresas na transformação, otimização e automatização dos seus sistemas "core" tornando-as assim mais competitivas.
O plano de Transição Digital do Orçamento de Estado para 2021 tem previsto um investimento de 3 mil milhões de euros no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência para investir no Ensino Digital, Indústria 4.0 e Administração Pública. Seria fundamental que os incentivos e as linhas de investimento chegassem rapidamente às empresas, para que tenham a capacidade de efetuar a transformação necessária. O momento é agora.
Por fim, é importante analisarmos o tema dos Recursos Humanos. Portugal é reconhecido internacionalmente por ter excelentes profissionais e engenheiros nas áreas das Tecnologias da Informação (TI), como é perfeitamente visível pelo número crescente de empresas que deslocalizam para o nosso país os seus polos de desenvolvimento. Paralelamente à sua experiência no desenvolvimento de Inovação e Tecnologia para qualquer desafio, os portugueses mostram uma capacidade de adaptação extraordinária a novas realidades.
Grande parte dos colaboradores destas áreas estão, atualmente, em teletrabalho sem que se tenha verificado uma quebra da produtividade.
Em Portugal, continua a registar-se um défice de profissionais de TI. Seguramente não serão suficientes para efetuamos uma transformação impactante na economia. A capacitação de pessoas nesta área é um dos fatores mais importantes para conseguirmos concretizar a transição digital com eficácia. A aposta na formação e na requalificação de mais profissionais tem de ser um objetivo primordial.
A pandemia de Covid-19 acelerou a disrupção e colocou-nos num momento de viragem. Contra nós, temos o fator do tempo pois todos os processos de transição demoram a implementar. A favor, a resiliência natural dos portugueses e um valor de investimento significativo por parte das autoridades. É com confiança que teremos de encarar o momento. Seguramente iremos ter empresas mais fortes, mais competitivas e mais preparadas para o futuro.