José Forjaz, Business Manager da plataforma FootballISM assina um artigo sobre a potencialidade do Big Data na evolução do Desporto. Saiu originalmente no Atlas da Saúde e, entretanto, pode ser lido em seguida.
Hoje em dia, nos clubes de futebol, os dados estão espalhados entre os diversos departamentos. Cada área cresce internamente e adquire programas de software específicos para os seus trabalhos (Análise de Vídeo, Scouting, Nutrição, etc). Como consequência deste crescimento individual, a informação acaba por não comunicar entre si. Ou seja, o seu fluxo enfrenta muitos obstáculos para poder chegar a quem deveria.
Um sistema como o FootballISM, sendo totalmente holístico e não deixando nenhum departamento relacionado com a operacionalidade do clube de lado, faz com que a informação esteja toda centralizada numa só plataforma. O Big Data é isto mesmo. Poder centralizar a informação para depois a poder tratar da melhor maneira.
Dou um exemplo: O GPS. Atualmente todos os clubes de primeira e segunda divisão já dispõem destas ferramentas. Mais de 80 colunas de dados de treino e de jogo de todos os jogadores de um plantel. Os departamentos de performance fazem correlações entre os BPM e as acelerações, entre os metros percorridos acima de 18km/h e a distância total. Esta informação é sem dúvida muito boa e permite que se extraiam vários insights. Mas ela é apenas relativa a uma componente especifica: Dados Físicos em treino e em jogo. E as horas de sono? E as notas na escola? E a situação familiar? E a nutrição? O peso? A Antropometria? O contrato? As anteriores lesões?
O que acontece é que não havendo uma centralização da informação, não é possível fazer extrapolações para entender padrões de comportamento e deixar que a própria máquina desenvolva os seus próprios mecanismos de aprendizagem (Machine Learning).
O objetivo do FootballISM é que seja o próprio sistema que nos possa alertar para uma possivel lesão que pode vir a acontecer, usando como base todos os dados, desde a posição do atleta, de quem é o seu treinador (joga mais pela direita ou pela esquerda, mais físico ou menos físico), dos seus dados nutricionais (peso, antropometria), do seu estado psicológico (situação familiar, das suas notas na escola, das ocorrências disciplinares, das lesões anteriores e a forma como estas aconteceram, etc.
Sem ter a informação toda centralizada os departamentos dos clubes vão continuar a desenvolver-se sobre si próprios sem ter em conta a totalidade de fatores/dados que influenciam o desenvolvimento de um jogador.